caminho pela rua.
há um profundo buraco no passeio
e caio lá dentro.
estou perdido... não sei o que fazer.
a culpa não é minha,
preciso de uma eternidade para descobrir a saída.
II
caminho pela mesma rua.
e lá está um grande buraco no passeio.
finjo que não o vejo.
caio outra vez.
custa-me a acreditar que esteja no mesmo lugar,
mas a culpa não é minha.
ainda preciso de muito tempo para sair.
III
caminho pela mesma rua.
há um profundo buraco no passeio.
vejo que lá está.
mas caio.. já é um hábito
tenho os olhos abertos,
sei onde estou
mas a culpa é minha
e saio imediatamente.
IV
caminho pela mesma rua
há um grande buraco no passeio,
e passo ao lado.
V
caminho por outra rua.
* em O Livro Tibetano da Vida e da Morte
1 comentário:
quando enchemos o nosso quotidiano destas pequenas realidade, temos a capacidade de tornar o que nos rodeia mais presente, esquecer o que na verdade está muito distante... e aprender caminhos novos com novos buracos :P
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